sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cresce, no estado de São Paulo, o movimento pelo fim da OMB

Audiência pública reforça a luta pela extinção da Ordem dos Músicos do Brasil e a tomada de consciência da categoria para ampliação e organização contra a desnecessária e anacrônica entidade

Maestros, sindicalistas, representantes de associações de músicos de várias formações e perfis compareceram na ALESP, no dia 31 de maio, à audiência pública organizada pelo deputado Carlos Giannazi, criador e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Músicos e Compositores do Estado de São Paulo.

Num rico debate Giannazi fez um rápido resgate histórico desde o começo do movimento e informou sobre sua recente visita feita ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, relator da ADPF 183 — ação judicial impetrada pelo parlamentar através da Procuradoria Geral da República — que pede a revogação de vários artigos da lei que criou, em 1960, a Ordem dos Músicos do Brasil. A ADPF já recebeu pareceres favoráveis da Advocacia Geral da União (Poder Executivo) e das presidências do Senado e da Câmara dos Deputados (Poder Legislativo).

“ A inconstitucionalidade desses artigos, que fazem a OMB agir como polícia contra os músicos, é notória e o ministro Ayres Britto mostrou-se sensível aos argumentos da Ação”, contou o deputado, que também programa uma visita ao ministro do Trabalho, Carlos Luppi, a fim de que a pasta reforme a Portaria 3347/86, que instituiu a nota contratual. Segundo os músicos este documento, hoje obrigatório, não ajuda em nada a questão trabalhista/previdenciária deles e é fonte de corrupção. O Ministério Público do Trabalho também já recebeu de Giannazi denúncias de violações trabalhistas cometidas pela Ordem, entidade que, na opinião do parlamentar, age fora da lei assediando, constrangendo, punindo e fiscalizando os músicos, cujo livre exercício da profissão está assegurado de forma clara na Constituição Federal.

Outros assuntos foram debatidos, dentre eles a vigência (e o desconhecimento dela) da Lei Estadual 12.547/07, à qual Giannazi atribui um significativo avanço, apesar de incompleta. “Aprovamos uma outra lei, de nossa autoria, vedando também a emissão da nota contratual no estado, mas o então governador José Serra a vetou. Iremos colocá-la novamente em pauta quando formos revisar os vetos do executivo”, disse.

No encontro os músicos posicionaram-se a favor de que a OMB, do jeito que está, tem que ser extinta. Também foram concordantes da tese de que cabe, após o julgamento da Ação no Supremo e a provável vitória, uma nova rodada de debates acerca de como organizar e regulamentar, de forma democrática e não punitiva, a profissão de músico.

Giannazi está lançando ainda um abaixo-assinado, a ser encaminhado ao STF para reforçar a votação da ADPF pedindo a sua aprovação, assim como levará ao tribunal um memorial com as denúncias dos músicos vítimas do assédio da OMB.

Abaixo assinado - http://www.carlosgiannazi.com.br/fale_conosco/abaixo-assinado-omb.htm

terça-feira, 22 de junho de 2010

Acordo CBF-Globo evidencia crise do jornalismo, mas não isenta Dunga de sua falta de educação

O portal UOL, com matéria de Maurício Stycer, divulga que o xingamento de Dunga a Alex Escobar veio na sequência de sua negativa em atender a acordo firmado pela TV Globo e Ricardo Teixeira, que permitiria entrevistas exclusivas à emissora carioca. Isso não significa que o técnico da Seleção tenha o direito de xingar o jornalista, como fez. Um erro não justifica o outro.


Mas o acordo da principal emissora de TV do país com a maior esfera de poder do futebol brasileiro evidencia a falência do jornalismo. Incrível como as pessoas perdem a noção da responsabilidade de dar informação. Ela não pode estar vinculada a acordos, trocas, favores. Jornalista não tem amigo, nem inimigo. Tem fonte. Se for diferente, a troca de favores indica a um dos lados a ideia de que terá alguma coisa em troca, a omissão de uma informação comprometedora ou a divulgação de um fato favorável.

Não pode ser assim.

Nos veículos sérios, as notícias são dadas de acordo com sua relevância editorial. A indicação de um acordo entre a cúpula de uma emissora ou jornal com uma esfera de poder, qualquer uma, tira a credibilidade de qualquer outra informação veiculada por esse meio de comunicação.

Isso não significa que o técnico da Seleção tenha o direito de xingar um comentarista do canal deva ser xingado. A postura de Dunga, em se negar a atender compromisso entre a TV e a presidência da CBF revela sua dignidade. Mas chamar o jornalista de “merda e bundão” índica apenas sua falta de educação.

Alex Escobar não faz parte da cúpula da TV Globo. É funcionário da emissora. Não foi ele quem negociou com Ricardo Teixeira, levando em conta a correção da informação do UOL. Culpada é a política da emissora.

O erro de Alex Escobar no episódio é atender ao celular dentro da sala de entrevistas coletivas. Por fazer isso, poderia receber um pedido “Você pode falar ao celular fora da sala, por favor.”

Por favor, muito obrigado... Esse é o vocabulário de qualquer pessoa que tenha o mínimo de boa educação. O máximo, também, que se pode dizer ao agendar uma entrevista. Triste que gente, dentro e fora da profissão, não tenha exata noção do papel do jornalista.

Fonte: Paulo Vinicius Coelho - ESPN BR

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Hospital Albert Einstein nega doação de sangue por gays.

O Hospital Israelita Albert Einstein, um dos mais conceituados da capital paulista, é taxativo quando o assunto é doação de sangue por homens homossexuais.


Em seu site na internet ( http://www.einstein.br/Hospital/banco-de-sangue/doacao-de-sangue/Paginas/quem-nao-pode-doar-sangue.aspx ), no local onde elenca quem não pode ser doador de sangue, o hospital é explicito contra a doação por gays, o texto diz “homem que mantenha ou tenha tido relação sexual com outro homem no último ano, mesmo com o uso de preservativo e mesmo que por uma única vez”.

É nítido o preconceito e a discriminação por parte do Hospital Albert Einstein com os homossexuais.

No site do Ministério da Saúde, as pessoas que não devem ser doadores de sangue são:
• Quem teve diagnostico de hepatite após os 10 anos de idade,
• Mulheres grávidas ou amamentando,
• Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas,
• Usuários de drogas,
• Aqueles que tiverem relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual sem o uso de preservativos.

Em nenhum momento o Ministério da Saúde, órgão responsável regulamenta a saúde no país, adverte que pessoas homossexuais não podem ser doadores.

Esta matéria foi gerada, através do constrangimento de um de nossos leitores que tentou doar sangue, mas infelizmente por puro preconceito o hospital se negou em aceitar a doação, único e exclusivamente pelo fato de ser homossexual, temos informações que o Hemocentro da Santa Casa Municipal de São Paulo, adota o mesmo procedimento, mas infelizmente não conseguimos apurar a veracidade.

Caso você sofra algum tipo de discriminação na hora de efetuar a doação de sangue, entre imediatamente em contato com a DECRADI – DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS E DELITOS DE INTOLERÂNCIA, pelo fone (11) 3311-3556.

O DireitoHomo estará protocolizando hoje (segunda feira) uma notificação para que a empresa se manifeste publicamente nesse sentido e retire do seu site tamanho absurdo. Além do preconceito, passa à população uma informação errônea, pois uma pessoa saudável, independente de ser gay ou não está habilitada para doar sangue.

Informamos que o Portal Direito Homo, é um portal de utilidade pública, não conveniado a nenhum partido político, nem empresa privada, nós estaremos trabalhando no sentindo de solucionar este caso, se você sofreu algum tipo de discriminação ou constrangimento, denuncie pelo e-mail: denuncia@direitohomo.com.br

Fonte: Portal Direito Homo

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Obrigada, Saramago

"Se tens um coração de ferro, bom proveito.

O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."

"Dirão, em som, as coisas que, calados,no silêncio dos olhos confessamos?"

"Para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo."

"Não tenhamos pressa,
mas não percamos tempo."

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."

"O homem deixou de respeitar a si mesmo quando perdeu o respeito por seu semelhante."


Fonte: Renata Costa - Blog Palavralida

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Música

A música p'ra mim tem seduções de oceano!

Quantas vezes procuro navegar,
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano,
Minha pálida estrela a demandar!

O peito saliente, os pulmões distendidos
Como o rijo velame d'um navio,
Intento desvendar os reinos escondidos
Sob o manto da noite escuro e frio;

Sinto vibrar em mim todas as comoções
D'um navio que sulca o vasto mar;
Chuvas temporais, ciclones, convulsões
Conseguem a minh'alma acalentar.
— Mas quando reina a paz, quando a bonança impera,
Que desespero horrivel me exaspera!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
(http://www.citador.pt/)

Fonte: Célia Demézio - http://sorrisoscronicos.blogspot.com/

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Carta aberta à pré-candidata Marina Silva

Por: Allan Johan


Prezada Marina Silva, sou jornalista, dono de um site com 5 mil visitantes por dia e alinhado politicamente com a esquerda, sou filiado ao PSB, já me candidatei a vereador uma vez aqui em Curitiba e pretendia votar na senhora. Quando sua candidatura foi cogitada, fui interpelado por membros do PV sobre a minha opinião. Na ocasião, eu disse: prefiro mil vezes uma ministra do Meio Ambiente de peso do que uma presidenta mediana. Acompanhando as últimas declarações da senhora acerca do casamento gay, tive a certeza de que o meu voto continuaria indeciso, assim como a maioria dos brasileiros que esperam uma opção satisfatória para darmos a nossa confiança.

O PT e o PSDB tiveram dois mandatos para fazer algo concreto aos gays nesse país, mas continuamos sendo vítima de violência (o país registra um assassinato de homossexual com indícios de homofobia a cada dois dias), não temos NENHUMA lei federal que nos conceda direito à Igualdade. Quando falo a palavra Igualdade, não digo apenas que desejo que meu companheiro seja incluso em meu plano de saúde e tenha direitos em herança, mas desejo a Igualdade garantida pela nossa Constituição, a Igualdade de não ser discriminado pelos órgãos públicos, de poder doar sangue, sim, homossexuais não podem doar sangue no Brasil.

O casamento gay é direito dos homossexuais, pois, se buscamos a Igualdade, desejamos ter a nossa Dignidade garantida. Dignidade esta que está contemplada em nossa Constituição. Quase a totalidade dos homossexuais não deseja casar na Igreja e para isso não precisamos de leis. Temos religiões que nos aceitam e que celebrariam ou abençoariam estas uniões. Sem querer partir para a discussão religiosa nesse ponto, o casamento não é uma instituição religiosa, não é propriedade de uma religião, não queremos casar em Igrejas, na Sua Igreja, queremos o direito de sermos Iguais, embora diferentes, este é o princípio da Igualdade e da Diversidade, que tanto conclama apoiar. Queremos poder chamar a nossa união de casamento, ter os mesmos direitos, e ter uma Certidão de Casamento e não um papel que diz que temos um contrato civil, como se fôssemos sócios. Não adianta vir com o velho discurso de apoiadora da diversidade quanto quer nos induzir ao erro, a aceitarmos meia cidadania ou meio Direito.

Tanto se fala em Diversidade mas o Brasil está a quilômetros luz de ser um espaço democrático pois o povo brasileiro perdeu a sua fé na Política. Por mais que eu goste da imagem da senhora, de defensora do meio ambiente e mulher questionadora, me frustra ver que esta imagem entra em conflito com uma mulher que é limitada em razão de sua fé, ao não entender o papel de uma presidenta, de não entender o direito das mulheres ao aborto – se assim desejarem - de não entender que os homossexuais devem ter os seus direitos garantidos pelo Estado, assim como todo cidadão brasileiro. E isso reflete no seu pensamento religioso, na sua imagem de Deus e de como ele vê os homossexuais.

Vou ser breve para que entenda que os homossexuais não escolhem serem humilhados, terem seus direitos negados e sofrerem tanto ao verem a própria família virando as costas e os discriminando. Nascemos assim, alguns se aceitam depois de décadas, mas no fundo percebemos e travamos uma luta contra os preconceitos ensinados na escola e na Igreja, na TV ou por nossos pais. Não é uma doença que deve ser curada, não é uma falta de vergonha, é apenas a vontade de ser feliz depois de se aceitar, de ver que não há escolhas a serem feitas, e que os auto questionamentos podem apenas ser empurrados para o futuro. Temos o direito de pensarmos que somos parte de um plano divino, que somos criaturas de Deus. As religiões usam os homossexuais como forma de pregar que o homossexual é fruto de um lar instável, que não quer constituir uma família. Ser gay não é antinatural, não é escolha, não é condenável: é ser diferente. Temos o mesmo direito de acesso a Deus e às Leis que as outras pessoas. Muitos gays são crentes, tementes a Deus e vivem em conflito pois pessoas ditas cristãs não os aceitam, não aceitam que as uniões de pessoas do mesmo sexo sejam consideradas casamentos, que possam ser felizes e equiparados em direitos e deveres, em Dignidade. A religião não só se apropriou do termo casamento como se apropriou do próprio divino. A religião quer se apropriar do Estado e reverter os últimos 500 anos de história de separação entre a fé e a política. É pouco tempo, ainda estamos caminhando, mas o verdadeiro político deve falar a língua de todos e saber se por no lugar do outro. Creio que falta isso à senhora. Falta sensibilidade em entender esta parte da população e seus anseios, e temo que essa viseira religiosa não lhe permita entender tanto o lado do rico quanto do pobre, do nordestino do Sertão e do paulistano, do ateu e do fanático, e tantos outros grupos diversos e diferentes que temos no país. É preciso fazer o Brasil um país de todos, de fato, o que não tem sido feito senão no discurso. Precisamos que as diversas camadas se entendam e trabalhem para o crescimento do país e pelo fim da violência e da má distribuição de renda, precisamos de um país que respeite todos os seus filhos, precisamos de uma voz coletiva, forte e que promova a discussão e defenda as minorias, pois, no Brasil, ainda se entende Democracia como aquilo que a maioria decide.

Uma pena eu ter perdido a minha candidata. Eu e milhões de homossexuais do país, e seus amigos e parentes, mas ainda é tempo. Por favor, não responda mais questões sobre o casamento gay, informe-se melhor sobre o assunto para não me ofender. Você tem o direito a dar a sua opinião e deve fazer. Mas dizer que o casamento é uma instituição milenar e que deve ser entre pessoas de sexos diferentes, por favor, é o mesmo discurso do macho que diz que a mulher deve servir ao homem, pois por milênios foi assim e até pouco tempo, segundo as mesmas leis que criaram o casamento, ela não poderia se divorciar dele ou denunciar a violência doméstica. Não subestime a inteligência dos seus eleitores, eles não são do filão evangélico fanático apenas, eles são pessoas que acreditam em você de verdade, tente fazer o mesmo.

Allan Johan - Jornalista

Fonte: Revista Lado A

terça-feira, 1 de junho de 2010

A arte de Paulo Cesar. O Pinheiro.

"A vida da gente é mistério
A estrada do tempo é segredo
O sonho perdido é espelho
O alento de tudo é canção
O fio do enredo é mentira
A história do mundo é brinquedo
O verso do samba é conselho
E tudo o que eu disse é ilusão"

Via - Blog A Jurubeba Cultural
http://estenioelbainy.blogspot.com/